A Abertura Geral ocorreu a 10 de Outubro, em resultado da proposta formulada pela Associação de Caçadores da Ilha de Santa Maria, que incluiu a diminuição de 10 para 7 peças* e a redução do horário de caça até ao meio-dia* como medidas urgentes, necessárias e temporárias para fazer face a uma época anterior caracterizada por intempéries, doenças e furtivismo que reduziram significativamente a população de coelhos bravos.
Apesar das limitações, 120, menos 10 do que na época anterior, dos 177 caçadores residentes, mais 9 do que no ano transacto, renovaram as suas licenças.
Aderiram representantes de todo o país, principalmente a partir de 08 de Outubro, aquando do desembarque de 140 devotos, acompanhados pelos seus cães, do “Golfinho Azul”, navio que estabelece as ligações marítimas inter-ilhas.
Na mesma data, menos de três dezenas escolheram a via aérea.
O Sr. Alfredo Leitão, reformado, 80 anos, proveniente de Cinfães do Douro, Viseu, regressou pela segunda vez, porque nas suas palavras “adoro a caça e o ambiente que a envolve”. Fez-se acompanhar do seu filho, Osvaldo, de 43 anos, que exclamou, ao mesmo tempo que soltava uma gargalhada: “esta é a segunda vez que venho, mas não há-de ser a última. Em Santa Maria, por o terreno ser plano, os coelhos correm muito depressa!”. Por sua vez, o Sr. Silvino, reformado, de 69 anos, morador na ilha de São Miguel, operado às cataratas por 2 vezes e mesmo assim uma das melhores espingardas do seu grupo, concluiu: “esta é a décima ou décima segunda abertura que faço aqui e para o ano voltarei!”.
A jornada ocorreu sem acidentes, para o que contribuiu a acção dos agentes da Polícia Florestal, cuja presença fez-se notar desde o cais de desembarque e da aerogare, facultando conselhos e indicações úteis a todos os interessados e aos mais distraídos.
Efectuaram 152 fiscalizações, sem registar qualquer infracção e contabilizaram 1028 coelhos cobrados.
Menos 1 contra-ordenação e menos 872 coelhos do que na abertura anterior.
Constatei maior responsabilidade no cumprimento das normas de segurança, o uso crescente de vestuário fluorescente, de protectores auriculares, bem como harmonia entre caçadores e os seus cães, momentos de amizade, companheirismo e gentileza, que por serem menos comuns merecem destaque, como a oferta de 1 cartucho, por vezes “esquecidos” sobre o solo, depois de detonados, a quem segurou uma peça ferida atirada por outro.
Não posso deixar de expressar apreensão em relação ao futuro, quando verifico que o número de caçadores supera anualmente todas as medidas locais no sentido de tornar a caça o elemento de gestão, conservação, estabelecimento da biodiversidade e desenvolvimento que deve ser, sob pena de perder-se este importante recurso natural e económico.
Santo Huberto, mesmo assim, proporcionou-nos uma manhã nublada, com vento fraco, de sul e uma temperatura amena, repleta de peripécias que recordarei e para as quais contribuíram todos os caçadores praticantes da boa ética venatória, das normas legais em vigor e do respeito que a natureza reclama.
*Acções propostas e difundidas por mim, numa crónica semanal que tive na estação radiofónica do Clube Asas do Atlântico.
Uma parte deste texto foi publicado na revista Caça & Cães de Caça em finais de 2005
Apesar das limitações, 120, menos 10 do que na época anterior, dos 177 caçadores residentes, mais 9 do que no ano transacto, renovaram as suas licenças.
Aderiram representantes de todo o país, principalmente a partir de 08 de Outubro, aquando do desembarque de 140 devotos, acompanhados pelos seus cães, do “Golfinho Azul”, navio que estabelece as ligações marítimas inter-ilhas.
Na mesma data, menos de três dezenas escolheram a via aérea.
O Sr. Alfredo Leitão, reformado, 80 anos, proveniente de Cinfães do Douro, Viseu, regressou pela segunda vez, porque nas suas palavras “adoro a caça e o ambiente que a envolve”. Fez-se acompanhar do seu filho, Osvaldo, de 43 anos, que exclamou, ao mesmo tempo que soltava uma gargalhada: “esta é a segunda vez que venho, mas não há-de ser a última. Em Santa Maria, por o terreno ser plano, os coelhos correm muito depressa!”. Por sua vez, o Sr. Silvino, reformado, de 69 anos, morador na ilha de São Miguel, operado às cataratas por 2 vezes e mesmo assim uma das melhores espingardas do seu grupo, concluiu: “esta é a décima ou décima segunda abertura que faço aqui e para o ano voltarei!”.
A jornada ocorreu sem acidentes, para o que contribuiu a acção dos agentes da Polícia Florestal, cuja presença fez-se notar desde o cais de desembarque e da aerogare, facultando conselhos e indicações úteis a todos os interessados e aos mais distraídos.
Efectuaram 152 fiscalizações, sem registar qualquer infracção e contabilizaram 1028 coelhos cobrados.
Menos 1 contra-ordenação e menos 872 coelhos do que na abertura anterior.
Constatei maior responsabilidade no cumprimento das normas de segurança, o uso crescente de vestuário fluorescente, de protectores auriculares, bem como harmonia entre caçadores e os seus cães, momentos de amizade, companheirismo e gentileza, que por serem menos comuns merecem destaque, como a oferta de 1 cartucho, por vezes “esquecidos” sobre o solo, depois de detonados, a quem segurou uma peça ferida atirada por outro.
Não posso deixar de expressar apreensão em relação ao futuro, quando verifico que o número de caçadores supera anualmente todas as medidas locais no sentido de tornar a caça o elemento de gestão, conservação, estabelecimento da biodiversidade e desenvolvimento que deve ser, sob pena de perder-se este importante recurso natural e económico.
Santo Huberto, mesmo assim, proporcionou-nos uma manhã nublada, com vento fraco, de sul e uma temperatura amena, repleta de peripécias que recordarei e para as quais contribuíram todos os caçadores praticantes da boa ética venatória, das normas legais em vigor e do respeito que a natureza reclama.
*Acções propostas e difundidas por mim, numa crónica semanal que tive na estação radiofónica do Clube Asas do Atlântico.
Uma parte deste texto foi publicado na revista Caça & Cães de Caça em finais de 2005