30 de janeiro de 2007

Uma Espécie de Balanço

A Abertura Geral teve o seu início no primeiro domingo de Outubro, que coincidiu com o primeiro dia daquele mês.
Os diversos grupos espalharam-se pela parte oriental de norte a sul, desde os Cabrestantes ao Campo Pequeno. Aos poucos, e debaixo da intensa chuva que caracterizou toda amanhã, foi se fazendo o cinto, mas cedo se constatou uma menor densidade de coelhos, se compararmos com a época anterior, a qual já foi preocupante.

Lamentável também foi constatar a existência de comportamentos inadequados, à semelhança dos anos transactos.
A falta de educação e de civismo que ainda caracterizam muitos daqueles que para aqui se deslocam, sobretudo na destruição das paredes de pedra solta, danos nas propriedades e lixo que deixam ficar abandonado nos lugares por onde passam é, de todo, censurável! É escumalha que não interessa a ninguém!

As jornadas seguiram-se umas às outras e a cada dia de caça foi notório a redução do número de peças encontradas e abatidas.
É o furtivismo dizem uns, são as doenças dizem outros, o facto é que não há dúvidas que a população de coelhos é cada vez menor e que os que subsistiram aparentam já não possuir capacidade de repor os que foram cobrados.
A culpa não é outra senão do furtivismo, das doenças e, sobretudo desta, da falta de gestão.

O que se fez até agora foi reduzir e impôr limitações.
Foram no número de peças, no horário de caça, foram na área de caça disponível.
Está à vista de todos, daqueles que têm olhos na cara e querem ver, que não está a resultar e não está, porque as medidas não foram complementadas por outras igualmente importantes, como a criação de habitats, fornecimento de alimentação, criação de zonas protegidas, reintrodução da perdiz, reforço populacional da codorniz, entre outras e todas elas venho defendendo há já bom tempo.

Esta realidade não pode nem deve perdurar ou a caça do coelho desaparece em Santa Maria, como já desapareceu a perdiz vermelha.

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© Pedro Miguel Silveira

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