No passado dia 19 de Fevereiro de 2012, no decurso da manhã, desloquei-me à costa Oeste da ilha de Santa Maria, com o objectivo de averiguar as informações que me transmitiam e que, infelizmente, acabei por confirmar.
Em Santa Maria é a caça ao coelho bravo aquela que mais se pratica, pelo que qualquer foco de instabilidade, como a mortandade que se verifica actualmente, causa imediatamente um profundo mal-estar.
Desde o final do ano passado que sou confrontado com notícias do ressurgimento da doença nos coelhos e que, em face disso, esses animais estavam a morrer em numerosa quantidade, situação que pude constatar pois, numa área inferior a 10 000 m2 , detectei várias carcaças, em diversos estádios de decomposição, sendo de tal ordem a devastação que algumas se encontravam aos pares.
A Mixomatose e a Doença Hemorrágica Viral (DHV), cujos vírus foram produzidos pelo Homem, são as moléstias que mais destruição provocam nos coelhos.
A Mixomatose causa a morte entre 4 a 8 dias e é extraordinariamente contagiosa. A sua transmissão realiza-se através dos mosquitos e das pulgas.
Por sua vez a DHV, que é excessivamente contagiante, transmite-se por contacto directo e indirecto, significa isto que até se propaga através de objectos contaminados, de roedores e insectos. Os sintomas manifestam-se 48h após o contágio e muitas das vezes os coelhos morrem sem apresentar quaisquer indícios, enquanto noutras poderão expor hemorragias pelos orifícios naturais. Este vírus, que é o mais diabólico dos dois, pode conduzir uma população inteira de coelhos à extinção!
Neste preciso momento até os coelhos domésticos estão a morrer em catadupa.
De acordo com informação cedida pela Directora dos Recursos Florestais, Eng.ª Anabela Isidoro, a doença manifesta-se em toda a Ilha de Santa Maria e têm-se avistado coelhos mortos também por toda a Ilha.
Os primeiros avistamentos datam da última semana de Dezembro de 2011 e verificaram-se na zona alta, mais propriamente na freguesia de Santo Espírito, tendo depois passado para as freguesias de São Pedro e de Almagreira e posteriormente para a zona baixa, principalmente para os lugares de Ribeira Seca, Cabrestantes e Mobil, tendo sido o último avistamento ontem (21/02/2012).
Na 1.ª e na 3.ª semana de Janeiro de 2012, foram recolhidos 12 exemplares por elementos do corpo de Polícia Florestal e entregues no Serviço de Desenvolvimento Agrário de Santa Maria que os enviou para o Laboratório Regional de Veterinária, o qual procedeu à recolha dos órgãos e os remeteu, entre finais de Janeiro e princípios de Fevereiro, para o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária que procedeu às análises e cujos resultados foram positivos para a DHV, que se deve à acção de um vírus (Calcivírus) que provoca uma hepatite muito severa e uma ruptura do sistema de coagulação do sangue, pelo que os coelhos sofrem hemorragias internas até morrerem. A doença é extremamente contagiosa para as populações de coelhos selvagens e domésticos.
Acrescentou que os elementos do Corpo de Polícia Florestal têm vindo a recolher coelhos mortos e que até ao momento já procederam à recolha de mais de 500 coelhos, que foram cobertos com cal e enterrados.
Parece que o número de coelhos afectados se encontra em decréscimo pois, segundo a mesma responsável, depois de ter havido um pico de mortes, o número de avistamentos de mortes recentes estabilizou e agora são encontrados um número menor de coelhos mortos recentemente, porém não é fácil identificar a fase de desenvolvimento em que se encontra a doença, porque implicaria um acompanhamento extremamente exaustivo, ao nível do número de animais mortos por dia e por zona, para além de requerer a realização de exames laboratoriais quase diários.
De acordo com informação cedida pela Directora dos Recursos Florestais, Eng.ª Anabela Isidoro, a doença manifesta-se em toda a Ilha de Santa Maria e têm-se avistado coelhos mortos também por toda a Ilha.
Os primeiros avistamentos datam da última semana de Dezembro de 2011 e verificaram-se na zona alta, mais propriamente na freguesia de Santo Espírito, tendo depois passado para as freguesias de São Pedro e de Almagreira e posteriormente para a zona baixa, principalmente para os lugares de Ribeira Seca, Cabrestantes e Mobil, tendo sido o último avistamento ontem (21/02/2012).
Na 1.ª e na 3.ª semana de Janeiro de 2012, foram recolhidos 12 exemplares por elementos do corpo de Polícia Florestal e entregues no Serviço de Desenvolvimento Agrário de Santa Maria que os enviou para o Laboratório Regional de Veterinária, o qual procedeu à recolha dos órgãos e os remeteu, entre finais de Janeiro e princípios de Fevereiro, para o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária que procedeu às análises e cujos resultados foram positivos para a DHV, que se deve à acção de um vírus (Calcivírus) que provoca uma hepatite muito severa e uma ruptura do sistema de coagulação do sangue, pelo que os coelhos sofrem hemorragias internas até morrerem. A doença é extremamente contagiosa para as populações de coelhos selvagens e domésticos.
Acrescentou que os elementos do Corpo de Polícia Florestal têm vindo a recolher coelhos mortos e que até ao momento já procederam à recolha de mais de 500 coelhos, que foram cobertos com cal e enterrados.
Parece que o número de coelhos afectados se encontra em decréscimo pois, segundo a mesma responsável, depois de ter havido um pico de mortes, o número de avistamentos de mortes recentes estabilizou e agora são encontrados um número menor de coelhos mortos recentemente, porém não é fácil identificar a fase de desenvolvimento em que se encontra a doença, porque implicaria um acompanhamento extremamente exaustivo, ao nível do número de animais mortos por dia e por zona, para além de requerer a realização de exames laboratoriais quase diários.
Sendo compreensível a preocupação dos caçadores em acompanhar a situação, através da sua deslocação ao terreno, deixa o alerta que será prudente evitar este tipo de procedimento, uma vez que o mesmo se pode revelar como mais um factor de disseminação da doença para zonas de menor incidência.
Já se encontra assinada uma portaria a alterar o actual Calendário Venatório para a ilha de Santa Maria, através da proibição da caça ao coelho-bravo até ao final da decorrente época venatória que, neste momento, se encontra aberta até ao final de Junho próximo, apenas na zona alta da ilha, no primeiro e no terceiro domingo de cada mês, pelo processo de caça "de corricão" e, aos sábados, pelo processo de caça "de cetraria". Estes processos de caça, embora de menor pressão cinegética, constituem fortes meios de disseminação da DHV, pelo que será desaconselhável a sua permissão.
Disse-nos ainda que qualquer pessoa que encontre um coelho morto, com suspeita de DHV, deverá proceder ao seu enterramento no local onde o encontrou e, em seguida, desinfectar as mãos, vestuário e calçado, ou então colocar o animal num saco de plástico bem fechado e entrega-lo no serviço florestal, para destruição.
Que não se trata de uma doença transmissível ao homem, nem a animais de outras espécies, no entanto não será aconselhável o consumo de carne de coelho bravo.
Conclui a Eng.ª Anabela Isidoro que, em comparação ao anterior surto de DHV na Ilha de Santa Maria, que teve lugar no final da década de 90, este está a ser mais virulento e com mais coelhos mortos.
Disse-nos ainda que qualquer pessoa que encontre um coelho morto, com suspeita de DHV, deverá proceder ao seu enterramento no local onde o encontrou e, em seguida, desinfectar as mãos, vestuário e calçado, ou então colocar o animal num saco de plástico bem fechado e entrega-lo no serviço florestal, para destruição.
Que não se trata de uma doença transmissível ao homem, nem a animais de outras espécies, no entanto não será aconselhável o consumo de carne de coelho bravo.
Conclui a Eng.ª Anabela Isidoro que, em comparação ao anterior surto de DHV na Ilha de Santa Maria, que teve lugar no final da década de 90, este está a ser mais virulento e com mais coelhos mortos.
Perante este cenário muito preocupante e sendo a caça um importante produto da terra, carece a mesma de inúmeros cuidados e de um modelo de gestão racional e adequado, tal e qual como aquele que rege o agricultor que monda as ervas daninhas que surgem nos seus terrenos, sob o risco de, não o fazendo, perder a colheita.
Nesta perspectiva urge repensar, não só a existência dos calendários venatórios que temos tido na Ilha de Santa Maria, como a própria gestão da caça mariense.
O resultado das medidas actuais, conjugadas com um clima completamente atípico e muito favorável à reprodução das espécies, traduziu-se no aumento exponencial da população de coelhos bravos e no consequente dispêndio de avultadas quantias monetárias para protecção dos terrenos cultivados, tudo condições geradoras de intranquilidade e insegurança.
O coelho bravo é um factor de conflito e continuará a sê-lo, sempre que for ignorada a sua importância como espécie cinegética e a necessidade de gestão racional dos seus números.
Para que se possa minimizar esse efeito deve considerar-se o urgente desenvolvimento de alternativas naturais, como a introdução da perdiz cinzenta, a reintrodução da perdiz vermelha ou repovoamentos de codorniz, modalidades de caça que não devem substituir a caça ao coelho, mas sim complementa-la.
Em face da devastação que podemos constatar, temo estarmos perante uma situação de efeitos deveras catastróficos que, pelos motivos aqui expostos, nos deve levar a repensar, de uma vez por todas e quanto antes, a organização e a gestão da caça neste arquipélago e na Ilha de Santa Maria em particular.
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