Estava eu no Aeroporto das Lajes, na Ilha Terceira, de regresso à Ilha de São Miguel, depois de ter feito a Abertura às Galinholas na Ilha do Pico, quando recebi um telefonema do Conde de Murça, Jorge Maria de Melo, a comunicar-me a triste notícia do falecimento do nosso amigo Tio Joaquim Casaleiro.
O Tio Joaquim caçou quase até aos 90 anos e foi, de facto, o Rei dos Matilheiros de Portugal.
A sua mestria na condução dos podengos anões e a forma superior como se relacionava com eles era reconhecida por todos os apaixonados e entendidos na caça ao coelho bravo que tiveram a felicidade de ter caçado com o Tio Joaquim.
Caçamos juntos na Ilha das Flores, no Continente Português e em Espanha.
Estive com ele e outros amigos no dia em que celebrou os seus 70 anos, isto no Arrepiado, em Abrantes.
Tanto na sua vida do dia-a-dia, como na caça este Senhor impressionava qualquer um pela sua energia e elevada ética.
O Jorge perdeu um segundo Pai e os seus amigos um Grande Companheiro.
O mundo da caça ficou bem mais pobre.
A esposa e família perderam um Pai exemplar.
Tio Joaquim, até sempre e vai preparando a matilha aí em cima, porque é certo e sabido que nos havemos de reencontrar.
Gualter Furtado, 17 de Outubro de 2011