31 de outubro de 2011

Caçada em Santa Maria

"Recordação de uma caçada ao Coelho Bravo, realizada na Ilha de Santa Maria, no dia 30 de Outubro de 2011, na companhia dos “Irmãos Braga”, nomeadamente dos meus amigos de longa data José Braga, de 76 anos, e de António Braga, com 79 anos, a que se juntou o Pedro Miguel Silveira.

A caçada foi extraordinária com lances muito bonitos, onde não foi falhado um único coelho e com os cães a portarem-se à altura das imensas dificuldades que o terreno nos impunha, tendo começado pouco depois do nascer do sol e terminado às 08H25.
Com três armas, cobramos 15 coelhos, máximo permitido por lei, pois estipula o calendário
venatório o limite de 5 peças por caçador.

No final, juntou-se-nos outro grupo e dessa reunião surgiu a fotografia que acompanha estas linhas.
Seguiu-se então o convívio, que foi extraordinário, acompanhado por pratos típicos da Ilha de Santa Maria e queijos dos Açores, a que não faltaram as cantigas ao desafio com o António Joaquim, figura incomparável pela sua boa disposição, eu próprio e o Senhor José Braga a fazerem umas rimas de improviso que deixaram o pessoal ainda mais bem disposto.

Ponto negativo foi mesmo o martírio que tivemos de passar no aeroporto com algumas funcionárias da SATA a demonstrarem falta de capacidade para lidarem com o transporte dos cães de caça, situação que se traduziu num autêntico inferno, mas, mesmo assim, incapaz de anular esta magnífica caçada ao coelho, cuja raça e bravura representa ainda um verdadeiro expoente máximo da riqueza que caracteriza o património cinegético dos Açores e da Humanidade"

Texto e foto da autoria de Gualter Furtado

30 de outubro de 2011

II Feira da Caça de Mértola

"Decorreu em Mértola, nos dias 21 a 23 de Outubro, a segunda edição da Feira da Caça.
Jorge Rosa, presidente da Câmara de Mértola, realçou o facto do certame promover e divulgar o concelho, enquanto território por excelência para a prática cinegética.
Jacinto Amaro, presidente da FENCAÇA considerou este certame como o maior evento sectorial do Sul de Portugal, quer na qualidade das actividades cinegéticas desenvolvidas, quer pelo número de expositores que rondaram os 70 e pelos 10 000 visitantes recebidos.
Destacamos a inauguração do monumento “Mértola capital da Caça” da autoria dos escultores Francisco e António Charneca, cuja inauguração esteve a cargo do Secretário de Estado das Florestas Eng. Daniel Campelo, que igualmente inaugurou a Feira da Caça.

Tal como no ano anterior, a Feira apresentou um vasto programa de actividades para os visitantes e expositores, onde se destacou o Colóquio sobre Caça, cuja organização esteve a cargo da Câmara Municipal (CM) de Mértola, FENCAÇA e ANPC, onde foram abordados os seguintes temas:  “A perdiz vermelha”, moderado por Eduardo Oliveira e Sousa (presidente da ANPC), que teve como oradores Javier Viñuela (IREC- Instituto de Investigação em recursos Cinegéticos, Espanha) e Jacinto Amaro (presidente da FENCAÇA), e “Panorama da Caça em Portugal”, moderado por Arlindo Cunha (vice-presidente da FENCAÇA), com os oradores Paula Simões (jurista da FENCAÇA) e João Carvalho (Secretário-geral da ANPC).
A 2ª Prova de Santo Huberto - Mértola, organizada pela FENCAÇA e pela CM Mértola, decorreu na ZCT de Dorde, em terrenos com aptidões excelentes para a prática da modalidade, que apurou como vencedor da prova Nuno Godinho, que se fez acompanhar de um braço alemão, de nome Sevilha. De realçar os excelentes resultados alcançados na Montaria, onde se cobraram 11 javalis e 18 veados (cinco dos quais possuíam entre 15 a 17 pontas), realizada na Zona de Caça Turística da Herdade de Pau de Canoa, que contou com a participação de 60 monteiros.

Foi sem dúvida um certame vivo em termos cinegéticos, onde não faltaram as demonstrações de cães de parar, caça ao coelho com cães, falcoaria, entre outras. 
Decerto um evento  que está a consolidar a imagem de “Mértola capital da Caça”.

Texto e foto da autoria de Paula Simões

27 de outubro de 2011

Portugal Campeão do Mundo de Santo Huberto

Decorreu nos dias 13 a 16 de Outubro, em França, Cazalis - Gironde, mais um campeonato do mundo de Cães de Parar e Santo Huberto, onde estivemos representados pela Selecção Nacional de Santo Huberto, composta pelos Srs Vítor Maurício e Mário Brito, que se fizeram representar acompanhados por dois Perdigueiros Portugueses.

As provas decorreram em terrenos de Pinhal com exemplares de diversas idades, e a presença de matos densos e restos de ramadas de pinheiros cortados, o que dificultou o percurso dos cães e dos caçadores.

Os participantes foram distribuídos por 3 séries, duas das quais foram ganhas pelos atletas portugueses, ficando Mário Brito com 97 pontos e Vítor Maurício com 61 pontos. 
A terceira serie foi ganha por um atleta Italiano.
A “Barrage” foi disputada a entre o atleta português Mário Brito e o atleta italiano D´Amrosio Massimo, tendo este ficado em primeiro lugar, e o nosso participante em segundo.
O atleta Vítor Maurício, foi excluído da Barrage, já que na série em que participou não houve abate e cobro de nenhum faisão.
Foi ainda disputado o terceiro lugar (segundo o regulamento) pelos participantes que ficaram em segundo lugar nas séries com abate.

O resultado final do Campeonato, foi o seguinte:

CAMPEÃO DO MUNDO - D´Amrosio Massimo - Italiano
VICE-CAMPEÃO DO MUNDO - Mário Brito - Português
3º CLASSIFICADO Jimmy Johansson - Sueco

Por equipas, a Selecção Portuguesa foi imparável, obtendo a soma final de 2 pontos atribuídos pelos dois primeiros lugares das duas séries. 

Os resultados finais por equipas foram:

1º PORTUGAL - 2 Pontos
2º CROÁCIA - 5 pontos
3ª DINAMARCA - 7 pontos

Os nossos parabéns aos novos Campeões do Mundo de Santo Huberto - por equipas, que durante um ano irão, com todo o mérito, ostentar esse título.

Texto e foto da autoria de FENCAÇA

21 de outubro de 2011

V Aniversário

Faz hoje cinco anos que iniciei este blogue.
Na altura escrevi que a caça era uma manifestação da mais autêntica tradição, um legado dos pais aos filhos, uma herança que nos tinha sido transmitida desde os tempos primórdios, desde a alvorada da própria humanidade e que poderia ser um motor de desenvolvimento económico na actual e frágil economia mariense, se recebesse dos verdadeiros Caçadores e das competentes entidades públicas e privadas a atenção e o investimento de que era justa merecedora.

Disse ainda que este sítio pretendia chamar a atenção e sensibilizar os diversos actores para a nova realidade que enfrentávamos.

Desejava, acima de tudo, defender o património natural e cultural que nos identificava e distinguia como povo, promover a harmonização dos diferentes interesses em jogo, para que fosse possível preservar o que ainda possuíamos, fomentar a actividade cinegética como um recurso valioso e como um factor de desenvolvimento importante, sem que deixasse de ser um blogue de caça de, e, para Caçadores, para aqueles que albergavam em si o "fogo sagrado"!

Passado todo este tempo, mantenho essa vontade e reforço esse compromisso, sendo disso prova a licença de caça que fui pagar e levantar hoje.

Ao longo destes cinco anos contribuímos para alterar comportamentos e vimos textos aqui publicados surgirem em jornais e revistas, como "O Baluarte", "O Templário", a "Calibre 12", a "Caça & Cães de Caça" ou a "Caça Maior & Safaris".
Estivemos na capa da "Calibre 12".
Tivemos a enorme honra de redigir o prefácio do livro "Um Contributo para a Defesa da Caça" e de apresenta-lo publicamente.
Fizemos amigos!

Aproveito para agradecer, penhorado, toda a amizade, apoio e colaboração do Dr. Gualter Furtado, do Carlos Pereira, do Nuno Sebastião, do António Luiz Pacheco, do António Inácio e do Isaías Piçarra, sem os quais este seria, certamente, um lugar bem mais pobre.
A todos os meus amigos e visitantes deste espaço, um abraço rijo e votos de muitas e boas caçadas!

20 de outubro de 2011

A Minha Homenagem ao Rei dos Matilheiros Portugueses

Estava eu no Aeroporto das Lajes, na Ilha Terceira, de regresso à Ilha de São Miguel, depois de ter feito a Abertura às Galinholas na Ilha do Pico, quando recebi um telefonema do Conde de Murça, Jorge Maria de Melo, a comunicar-me a triste notícia do falecimento do nosso amigo Tio Joaquim Casaleiro.
O Tio Joaquim caçou quase até aos 90 anos e foi, de facto, o Rei dos Matilheiros de Portugal.

A sua mestria na condução dos podengos anões e a forma superior como se relacionava com eles era reconhecida por todos os apaixonados e entendidos na caça ao coelho bravo que tiveram a felicidade de ter caçado com o Tio Joaquim.
Caçamos juntos na Ilha das Flores, no Continente Português e em Espanha. 
Estive com ele e outros amigos no dia em que celebrou os seus 70 anos, isto no Arrepiado, em Abrantes.
Tanto na sua vida do dia-a-dia, como na caça este Senhor impressionava qualquer um pela sua energia e elevada ética.

O Jorge perdeu um segundo Pai e os seus amigos um Grande Companheiro.
O mundo da caça ficou bem mais pobre.
A esposa e família perderam um Pai exemplar.
Tio Joaquim, até sempre e vai preparando a matilha aí em cima, porque é certo e sabido que nos havemos de reencontrar.
Gualter Furtado, 17 de Outubro de 2011

19 de outubro de 2011

Abertura às Galinholas na Ilha do Pico

No dia 17 de Outubro abriu a caça às Galinholas na Ilha do Pico. 

A Galinhola é uma ave sedentária nos Açores e um autêntico tesouro da região. 

A abertura a esta espécie cinegética é sempre uma festa e um momento único para saborearmos lances extraordinários na companhia dos nossos companheiros e dos nossos cães de parar. 

Este ano estive a caçar com o Zé Carneiro, um Jovem, Engº Civil de formação, oriundo da Ilha das Flores e que conheço desde os 4 anos de idade. 

Caçamos com a minha Bretã Espanhola, de nome Pipoca, de 4 anos de idade, e com a jovem Smart, uma Setter Inglesa  que ainda não fez 2 anos de idade. 

O Tempo esteve bom e a paisagem, como sempre magnífica, permitiu lances muito bonitos.

Quanto à densidade de galinholas, e apesar de não se ter caçado numa parte da ilha durante a época passada, eu e todos os caçadores com quem falei, achamos que era inferior do que há dois anos atrás.

Certamente que este quadro de menor número de Galinholas se deve, em parte, ao facto dos terrenos onde se caçam Galinholas, embora estivessem interditos à caça da Dama dos Bosques, permitirem a caça ao coelho bravo. É realmente uma situação triste.

Os Serviços Oficiais da Caça e os Caçadores devem unir-se para por fim a esta situação, sob pena de se hipotecar o futuro do maior tesouro cinegético dos Açores.




Texto e fotos de Gualter Furtado

18 de outubro de 2011

José Moniz vence V Troféu Gualter Furtado

No dia 15 de Outubro de 2011,  na Ilha do Pico, realizou-se o V Troféu Gualter Furtado de Santo Huberto com Cão de Parar sobre Perdizes Vermelhas.
Este evento insere-se na homenagem anual que os caçadores fazem a Gualter Furtado, através da atribuição do seu nome a esta prova de caça. 

Os concorrentes foram julgados pelo juiz internacional de provas de cão de parar, José Pedro Leitão e ainda pelo juiz Paulo Filipe. 

O Tempo esteve muito bom e os terrenos adequados à prática desta modalidade de caça. 
As provas decorreram com muito desportivismo e, como sempre, acompanhadas por uma forte componente social, superiormente orientada pelo Cremildo Marques e toda a sua vasta equipa, esforço esse que se traduziu numa organização impecável e na apresentação de diversos pratos típicos de caça maior e menor. 



Concluídas as provas os resultados finais ficaram ordenados pela seguinte forma:

1º lugar - José Moniz (São Miguel ) com a Braco Alemã Iris
2º lugar -Vitor Inácio ( Pico ) com o Bretão Espanhol Maçarico
3º lugar - António Tomás ( Continente ) com a Perdigueira Nacional Tucha
4º lugar - José Carlos Correia
5º lugar - Gualter Furtado
6º lugar - José Teixeira 
7º lugar - Mário Sequeira
8º lugar - Zé Carneiro
9º lugar - Luís Faria
10º lugar - Cremildo Marques
11º lugar - António Leal
12º lugar - José Pedro Pacheco
13º lugar - Valério
14º lugar - Rodrigo Sousa
15º lugar - Rui Costa (desistiu devido a força maior )
16º lugar - Duarte Évora (desistiu devido a força maior )

Como nota muito positiva regista-se o elevado grau de profissionalismo dos Serviços Florestais da ilha do Pico, quer na forma como desempenharam as suas funções, quer no acompanhamento realizado durante o desenrolar das provas e de todo o evento. De sublinhar ainda a presença e participação de um concorrente oriundo da Ilha das Flores, o Zé Carneiro, que, na sua primeira prova de Santo Huberto, teve um excelente desempenho, tanto no aspecto desportivo como ao nível da segurança.

Na cerimónia de entrega dos prémios e de homenagem ao Caçador Gualter Furtado  marcaram presença o Deputado Regional Comandante Lizuarte, o Presidente da Junta de Freguesia da Piedade, a responsável dos Serviços Florestais da Ilha do Pico, Engª Margarida, os concorrentes, os seus familiares e muitos amigos do Gualter Furtado e do Cremildo Marques.

Foi ainda deliberado pela Organização prosseguir com o evento nos próximos anos já que os custos da realização são reduzidos, devido à oferta de produtos, do trabalho desinteressado de muitos amigos comuns e ao  voluntariado  dos Colaboradores do Cremildo Marques, resistindo assim esta prova de caça a todas as dificuldades e às medidas da Troika.


Texto e foto da autoria de Gualter Furtado

11 de outubro de 2011

A Caça no Portugal insular do séc. XIX - Ilha do Faial

Podemos encontrar dois importantes testemunhos da caça praticada nos Açores do séc. XIX, mais concretamente na bonita ilha do Faial, nos dois livros que se seguem.

São eles "Os Cantos - A tragédia de uma família açoríana", da autoria de Maria Filomena Mónica, e a "Família Dabney", do escritor João A. Gomes Vieira.




No primeiro, que retrata a história da ilustre família José do Canto, figura de primordial importância nos Açores do séc. XIX, podemos encontrar, na pág. 79ª, uma carta, na qual o próprio José do Canto convida o seu irmão, de nome André, para ir ter com ele à Ilha do Faial, justificando tal apelo com a "quantidade de codornizes, coelhos e galinholas prontas a serem caçadas". 









No seguinte, escrito por volta de 1885, encontramos um quadro de caça, retrato tirado nas paisagens rurais da ilha do Faial, na qual os dois irmãos Dabney, Ralph e Charles, se fazem fotografar no final de uma jornada às galinholas (Scolopax rusticola).




Pretendem estas notas, nada mais do que homenagear as distintas personalidades nela mencionadas e dar a conhecer mais uma das variadas e valiosas facetas da caça que se vêm praticando nestas ilhas atlânticas ao longo dos tempos.

Texto e fotos da autoria de Gualter Furtado

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