No seguimento do "post" abaixo, em que venho recuperando alguns textos passados, deixo este também, produto de uma jornada ocorrida há dois anos atrás, em meados do mês de Setembro.
Pus-me a caminho por volta das 05H45. Era ainda noite e o céu apresentava-se encoberto, enquanto a temperatura permanecia amena. A humidade do ar era sufocante, característica daquela época.
Cheguei ao terreno passados 45 min., depois de percorrer, no final do percurso, uma estrada de terra batida, em muito mau estado, numa extensão aproximada de 1km.
A última vez que tinha caçado no sopé do Pico da Piedade foi há 3 anos, pelo que esperei que amanhecesse para observar melhor o espaço circundante e, daí, poder partir à procura de indícios que me ajudassem a compreender, de algum modo, os hábitos da população de coelhos lá residente.
Sentado numa encosta, aguardei pelo testemunho do novo dia.
Os cartuchos que levei, tinha-os há um bom par de anos e eram destinados aos patos que fazem a sua aparição anual nos poços da costa Oeste de Outubro a Dezembro. Ainda me sobravam duas caixas deles e pensei usa-los, pois alguns já apresentavam focos de ferrugem na copela, que limpei de véspera com um pouco de óleo e palha d'aço. Ficaram a brilhar, melhor do quando novos!
Nascido o dia e depois do cão dar umas corridas, esticar as patas e mudar a água às azeitonas, fomos procurar vestígios da presença de coelhos e sinais dos seus comportamentos. Num barreiro de terra vermelha, tivemos a sorte de encontrar alguns indícios que nos proporcionaram bons rastos e, depois de seguidos, bons tiros.
O vento era velho, de três dias, e fraco. Então, com calma e sem pressa, acabámos por bater toda a área com alguns sucessos e outros nem por isso.
Arrumámos a trouxa por volta das 11h30, com o sol a pino e regressámos cansados, mas satisfeitos por mais uma jornada!