11 de julho de 2015

Pombos na Ilhas Atlânticas

Realizou-se no passado dia 24 de Junho, na Universidade dos Açores, um Colóquio Internacional sobre a “Ecologia e Evolução do Pombo Torcaz: ferramentas para uma estratégia de gestão e conservação – AZORPI (2012-2015)”, um projeto que conta com o apoio do Governo Regional dos Açores.
Participaram nesta Conferência diversos investigadores nacionais e estrangeiros, consultores do projeto e com larga experiência no estudo da biologia desta espécie e do meio ambiente que habita. Estes cientistas tem investigado e produzido trabalhos  sobre o pombo torcaz, relacionados com o Serviço do Parque Nacional da Madeira, com as Ilhas Canárias, com o  Reino Unido, o Continente Português e os Açores.
Os resultados apresentados nesta Conferência, sobre o caso concreto do torcaz dos Açores (palumbus azorica), estão ainda numa fase muito preliminar, sendo pois insuficientes para cientificamente suportar de imediato qualquer opção criteriosa de gestão e conservação desta espécie.
O Tema em análise era de elevado interesse para o estudo da ave, do meio ambiente, do estado da dinâmica populacional em que se encontram as populações dos diferentes tipos de pombos endémicos que habitam as Ilhas da Macaronésia, da sua relação de conflitualidade com a agricultura (exemplo das respostas encontradas na Madeira) e a sua importância para a defesa da biodiversidade e da floresta laurissilva. Infelizmente, para além da comunidade cientifica, os Açorianos que participaram nesta Conferência não chegaram a meia dúzia de pessoas e já incluindo eu próprio e o Diretor Regional do Ambiente. Uma situação lamentável que se fica a dever a vários fatores, incluindo naturalmente uma falha da própria organização do evento.
Foi uma oportunidade perdida para se aprender e discutir sobre uma espécie que já se encontrava nos Açores quando chegaram cá os primeiros Povoadores, como bem descreve Urbano Mendonça Dias, no seu Livro “A História do Vale das Furnas“.
Tambem se perdeu a oportunidade para se debater as opções tomadas pelo Governo Regional dos Açores sobre esta matéria, embora eu não  tivesse deixado de o fazer olhos nos olhos com o Senhor Diretor Regional. O Dever de cidadania é um Direito inalienável, que em circunstâncias algumas devemos abdicar, e um cidadão melhor informado certamente que toma melhores decisões.

Gualter Furtado , 25 de Junho de 2015           

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