Numa Conferencia sobre a Gestão do coelho-bravo nos Açores,
realizada no dia 5 de Junho, em Ponta Delgada, o investigador Pedro Esteves, do
CIBIO/Bio da Universidade do Porto, baseado em resultados de análises a
cadáveres de coelhos-bravos recolhidos praticamente em todas as Ilhas dos
Açores, afirmou que não tem dúvidas nenhumas que o tipo de vírus detectado é o
mesmo que ocorre na Península Ibérica desde o ano de 2012, principalmente no Sul de
Portugal e da Espanha, e que foi introduzido nos Açores, acidentalmente ou intencionalmente.
A primeira Ilha afetada foi a Graciosa, depois as restantes
Ilhas do Grupo Central, a que se seguiu a Ilha das Flores, no Grupo Ocidental, que nunca tinha sofrido nenhum surto hemorrágico. Nesta Ilha morreram milhares de coelhos.
Segundo o mesmo investigador a introdução da hemorrágica na
Ilha de São Miguel deu-se a partir da Ilha Terceira, já que a
patologia detectada nos coelhos afetados em São Miguel segue o mesmo padrão
dos da Ilha Terceira.
Ainda de acordo com o mesmo cientista o padrão do vírus
detectado na Ilha de Santa Maria era o mesmo da Graciosa.
Esta Conferencia contou ainda com intervenções da Diretora
Regional dos Recursos Florestais, Engª Anabela, do Engº Manuel Leitão, dos
Serviços Florestais, e do Investigador do CIBIO, Paulo Alves.
Estiveram presentes representantes de onze Associações de
Caçadores de diversas Ilhas, agricultores, quadros de diversos Departamentos do
Governo Regional, veterinários e outros profissionais, o que demonstra a
importância do tema num debate que se prolongou por mais de 3 horas. A Conferencia
foi também transmitida pela internet em tempo real.
Texto e foto da autoria de Gualter Furtado