As autoridades regionais já estão na posse dos resultados
das segundas análises aos coelhos mortos, que reconfirmam a presença da nova
estirpe da Doença Hemorrágica Viral dos Coelhos.
Mais de 10 mil coelhos mortos já foram recolhidos pelos
Serviços Florestais em sete ilhas - soube o “Diário dos Açores” de fonte da
Direcção dos Serviços Florestais.
Os primeiros exemplares começaram a ser recolhidos na ilha
Graciosa em 29 de Novembro do ano passado, aumentando até ao dia 26 de
Fevereiro em várias ilhas, com destaque para as Flores, onde foram recolhidos
6.860 coelhos (ver quadro nesta notícia). Até agora os Serviços Florestais não
têm registos de coelhos mortos apenas nas ilhas de Pico e Corvo, mas, tal como
noticiámos na edição de sábado, vários caçadores picoenses dizem já ter
encontrado muitos coelhos mortos naquela ilha e estranham que não seja do
conhecimento das autoridades.
O nosso jornal sabe que, ainda no passado fim de semana,
caçadores do Pico enterraram vários exemplares pequenos na zona do Paúl da
Borrega.
Também nesse fim de semana foram encontrados mais coelhos
mortos nas matas da margem sul da lagoa das Furnas, em S. Miguel.
Tal como foi revelado pelo nosso jornal, as primeiras
análises em S. Miguel confirmaram o vírus hemorrágico, mas na sexta-feira o
governo recebeu, segundo sabemos, as segundas análises, que reconfirmam a
presença da nova estirpe da Doença Hemorrágica Viral dos Coelhos.
Fonte oficial da Direcção dos Serviços Florestais disse ao
“Diário dos Açores” que a proibição de caça foi decretada naquelas ilhas,
“nalguns casos preventivamente, mesmo sem os resultados definitivos das
análises, e devido ao significativo número de animais encontrados. Apesar do
decréscimo ou até ausência de animais mortos encontrados nas ilhas onde se
detectou a doença mais cedo (antes de S. Miguel e Santa Maria), mantém-se a
prevenção dos serviços com vistorias e a interdição de caça”.
Caça ao pombo-torcaz e melro preto
Entretanto, vai ser autorizada a caça ao pombo-torcaz e ao
melro preto a partir de Junho, no Pico e na Terceira, numa decisão que não
merece a aprovação de alguns caçadores.
As autoridades entendem que “estamos
perante espécies não cinegéticas e protegidas”, pelo que “de 15 de Junho a 15
de Setembro e durante esse período, é permitida a correcção, num período mais
alargado, de densidade populacional em áreas específicas (nas áreas de vinha da
Terceira e Pico), através de requerimento à Direcção Regional de Ambiente, com
recurso a diversos métodos, entre os quais a arma de fogo desde que em respeito
pela lei da caça”.
Diário dos Açores
Transcrição da notícia de 03 de Março de 2015