Numa altura em que se reorganiza o espaço, fecham-se e arquivam-se pastas, abrem-se outras, enfim prepara-se caminho para mais 12 meses, que se desejam produtivos, é perfeitamente lógico aplicar um comportamento semelhante à caça, embora nesta o período temporal se distribua por épocas, intercaladas nos anos, como este que agora termina.
A título particular não tive tantas jornadas como aquelas que desejava, situação influenciada por diversos factores.
As que vivi no corrente ano, descrevo-as honestamente como sendo umas do caçador e outras da caça, pois dias tive melhores do que outros, aliás como considero natural.
Recordo-me certa vez de estar num local por mim muito bem trilhado e ver caça rebentar em lugares por desta nunca dantes percorridos e ainda por cima fora de tiro para meu grande desgosto e desalento dos canídeos, já desesperados com a minha azelhice.
Noutro dia, em zona quase desconhecida vi-os passar, por três vezes, a espaços de poucos minutos, um de cada vez. Os sacanas dos coelhos raspavam-se pelo mesmo sítio, lá ao longe e, mais uma vez, fora de alcance dos cartuchos de 30grs que me alimentam os canos e avivam o espírito com tamanha eficácia.
Antes que os muito dignos e nobres cães que me acompanham, me começassem a escarnecer e chamar todo o tipo de nomes, muita razão teriam para fazê-lo, lá me coloquei a modos de surpreender algum no tal espaço por onde se esgueiravam. O ardíl tanto resultou que naquela desalmada correria nem se apercebeu o que lhe acertara entregando sem mais tropelias a alma ao criador e o corpo a um daqueles guisados de comer e chorar por mais, degustado na terra e abençoado nos céus.
A receita ainda é da minha avó, que nas suas 98 primaveras recorda-se perfeitamente do preparo e tempêro dos pobres caçapos que meu avô lhe levava, fazendo uso de uma Astra de 89 cms de canos, mais ou menos justa, devido às cargas personalizadas que tragava.
Uma palavra de reconhecimento bem merecida ao excelente trabalho e companhia que os meus cães, cada um a seu modo é bem verdade e é justo que se diga, me proporcionam, tornando cada jornada, independentemente da sorte que me calha, um enorme prazer e uma renovada vontade de continuar!
Desejo que 2009 seja um ano de Paz e que a nossa caça recolha algum carinho por parte daqueles que assumiram o seu destino, que também lhes ilumine a consciência e mostre o caminho para que os enormes sacrificíos que todos estamos a fazer valham realmente a pena.
A título particular não tive tantas jornadas como aquelas que desejava, situação influenciada por diversos factores.
As que vivi no corrente ano, descrevo-as honestamente como sendo umas do caçador e outras da caça, pois dias tive melhores do que outros, aliás como considero natural.
Recordo-me certa vez de estar num local por mim muito bem trilhado e ver caça rebentar em lugares por desta nunca dantes percorridos e ainda por cima fora de tiro para meu grande desgosto e desalento dos canídeos, já desesperados com a minha azelhice.
Noutro dia, em zona quase desconhecida vi-os passar, por três vezes, a espaços de poucos minutos, um de cada vez. Os sacanas dos coelhos raspavam-se pelo mesmo sítio, lá ao longe e, mais uma vez, fora de alcance dos cartuchos de 30grs que me alimentam os canos e avivam o espírito com tamanha eficácia.
Antes que os muito dignos e nobres cães que me acompanham, me começassem a escarnecer e chamar todo o tipo de nomes, muita razão teriam para fazê-lo, lá me coloquei a modos de surpreender algum no tal espaço por onde se esgueiravam. O ardíl tanto resultou que naquela desalmada correria nem se apercebeu o que lhe acertara entregando sem mais tropelias a alma ao criador e o corpo a um daqueles guisados de comer e chorar por mais, degustado na terra e abençoado nos céus.
A receita ainda é da minha avó, que nas suas 98 primaveras recorda-se perfeitamente do preparo e tempêro dos pobres caçapos que meu avô lhe levava, fazendo uso de uma Astra de 89 cms de canos, mais ou menos justa, devido às cargas personalizadas que tragava.
Uma palavra de reconhecimento bem merecida ao excelente trabalho e companhia que os meus cães, cada um a seu modo é bem verdade e é justo que se diga, me proporcionam, tornando cada jornada, independentemente da sorte que me calha, um enorme prazer e uma renovada vontade de continuar!
Desejo que 2009 seja um ano de Paz e que a nossa caça recolha algum carinho por parte daqueles que assumiram o seu destino, que também lhes ilumine a consciência e mostre o caminho para que os enormes sacrificíos que todos estamos a fazer valham realmente a pena.