Em
relação ao futuro do coelho bravo estou deveras desiludido.
Fui à sessão
promovida no passado dia 15 de Junho pelos Serviços Florestais dos
Açores sobre o coelho bravo, com a participação dos
investigadores Pedro Esteves e David Gonçalves, do CIBIO, e o Eng.º Manuel Leitão e
a Engª Anabela Isidoro (Diretora) dos Serviços Florestais.
Conclusão dos
trabalhos apresentados: Santa Maria e Flores são dois casos perdidos, à
beira da extinção do coelho bravo…
Na Ilha
Terceira a situação está razoável e nas outras Ilhas estamos
próximo do alerta vermelho...
Segundo
eles, a partir de 2025 o coelho bravo estará à beira da extinção na Península
Ibérica, isto porque esta nova variante do vírus hemorrágico mata todos os
coelhos novos, e não há renovação do stock existente... Por exemplo, existirem
muitos láparos nos picos da reprodução, segundo estes Investigadores, não
quer dizer nada, nem é sinónimo de mais coelhos no futuro, porque existe uma
grande mortandade nos láparos. Está-se a caçar é o stock existente dos coelhos
que resistiram ao vírus, mas os seus descendentes podem ser afetados.
Nos Açores, e
segundo estes cientistas, a densidade de coelhos bravos, quando
“apareceu” esta nova variante da Hemorrágica, era maior do que no
Continente, logo o processo de razia na dinâmica da população do coelho
bravo será mais lento nos Açores e isto se o vírus tiver o mesmo
efeito cá que está a ter no Continente e no Sul de Espanha.
Ainda
segundo estes cientistas, Vacinas não há, sobretudo com eficácia para
o coelho bravo e os repovoamentos são de todo desaconselháveis , em síntese, só
nos resta rezar, ter o máximo cuidado na recolha de coelhos mortos, fortalecer
a nossa ligação com a ciência e esperar que o clima nos Açores e o
tempo se encarreguem de produzir anti corpos nos coelhos bravos face
à atual variante da hemorrágica. É que às vezes a natureza encarrega-se de
dar a volta à “ciência”, embora não tenha certeza que desta vez será mesmo assim.
Entretanto,
aguardamos os resultados dos Inquéritos levados a cabo pelo Ministério Público com
o objectivo de apurar a origem da introdução nos Açores desta nova variante da
Hemorrágica.
Gualter
Furtado