Realizou-se no passado dia 24 de Junho, na
Universidade dos Açores, um Colóquio Internacional sobre a “Ecologia e Evolução
do Pombo Torcaz: ferramentas para uma estratégia de gestão e conservação –
AZORPI (2012-2015)”, um projeto que conta com o apoio do Governo Regional dos
Açores.
Participaram nesta Conferência diversos
investigadores nacionais e estrangeiros, consultores do projeto e com larga
experiência no estudo da biologia desta espécie e do meio ambiente que habita.
Estes cientistas tem investigado e produzido trabalhos sobre o pombo torcaz, relacionados com o
Serviço do Parque Nacional da Madeira, com as Ilhas Canárias, com o Reino Unido, o Continente Português e os
Açores.
Os resultados apresentados nesta Conferência, sobre o caso concreto do torcaz dos Açores (palumbus azorica), estão ainda numa fase muito preliminar, sendo
pois insuficientes para cientificamente suportar de imediato qualquer opção
criteriosa de gestão e conservação desta espécie.
O Tema em análise era de elevado interesse
para o estudo da ave, do meio ambiente, do estado da dinâmica populacional
em que se encontram as populações dos diferentes tipos de pombos endémicos que
habitam as Ilhas da Macaronésia, da sua relação de conflitualidade com a
agricultura (exemplo das respostas encontradas na Madeira) e a sua importância
para a defesa da biodiversidade e da floresta laurissilva. Infelizmente, para
além da comunidade cientifica, os Açorianos que participaram nesta Conferência
não chegaram a meia dúzia de pessoas e já incluindo eu próprio e o Diretor
Regional do Ambiente. Uma situação lamentável que se fica a dever a vários fatores,
incluindo naturalmente uma falha da
própria organização do evento.
Foi uma oportunidade perdida para se aprender
e discutir sobre uma espécie que já se encontrava nos Açores quando chegaram cá
os primeiros Povoadores, como bem descreve Urbano Mendonça Dias, no seu Livro
“A História do Vale das Furnas“.
Tambem se perdeu a oportunidade para se
debater as opções tomadas pelo Governo Regional dos Açores sobre esta matéria,
embora eu não tivesse deixado de o fazer
olhos nos olhos com o Senhor Diretor Regional. O Dever de cidadania é um
Direito inalienável, que em circunstâncias algumas devemos abdicar, e um
cidadão melhor informado certamente que toma melhores decisões.
Gualter Furtado , 25 de Junho de 2015