A utilização de plantas medicinais acompanha-nos desde os primórdios da humanidade. Não me perguntem, porque desconheço qual o método de observação que utilizavam, mas seria seguramente empírico e desenvolvido numa base de tentativa e erro, talvez, e se assim fosse, azar de quem errasse!
Acontece é que os nossos cães, sem outro apoio, que não o dos genes mais primitivos que lhes integra o ADN, sabem muito bem reconhecer aquelas que lhes aliviam o mal-estar e não é incomum observa-los de vez em quando a mascar, mastigar e engolir uma erva, toda verde e suculenta, que ele próprio escolheu e seleccionou e vai que dar à cauda que a folia contínua, porque já se faz tarde.
Nós, senhores da técnica e de todo o conhecimento que a suporta, disso não somos capazes, porque evoluímos, porque esquecemos ou porque deixámos de dar importância a estas coisas, simples.
Temos a tendência para complicar e quando queremos compôr ainda mais dizemos que a coisa é complexa. Também é da nossa natureza ser assim e não há quem nos valha!
Numa das minhas jornadas encontrei duas plantas que reconheci e colhi, porque delas quiz fazer uso.
Aqui são conhecidas, uma por Auzaidela ou Uzaidela e a outra por Malva.
FOTO DA UZAIDELA
FOTO DA MALVA
Estamos numa época do ano em que a vegetação apresenta-se-nos exuberante e o ar encontra-se saturado de pólenes e outras particulas que acabam por se alojar nas pálpebras e nos olhos dos cães, com tal quantidade que ás vezes até os impedem de abri-los. A vegetação, por sua vez, também é utilizada para suporte e base de lançamento de diversos parasitas, como as pulgas e carraças que encontram no pêlo um excelente aliado e no sangue um bom conduto e meio de disseminação de doenças e infecções, pelo que não foram recolhidas por mero acaso, nem pelas suas belas formas e cores, mas sim pela sua utilidade.
Pois bem, nestes casos reza o saber antigo que ferver em água as folhas de Malva serve esta para lavar e desinfectar os olhos, enquanto a Uzaidela, no mesmo método, é utilizada para eliminar pulgas e carraças quando lavado o animal, e se ingerida, numa pequena dose, como a de meia chávena de chá, elimina as lombrigas.
Com isto não pretendo impôr qualquer comportamento, mas apenas e só partilhar convosco o que antes me deram a conhecer e que nos vem de tempos imemoriais.
Por outro lado, para aqueles que não se sentem à vontade com este tipo de remédios caseiros, dispomos de outros mais actuais e seguros, na sua qualidade e quantidade científica que nos disponibiliza o médico veterinário, que é a quem devemos sempre recorrer.