29 de setembro de 2011

A Minha Maneira de Sentir a Caça

"O que é a caça, e porque caçamos, são questões que se põem, e a quem muito boa gente não sabe responder. É importante, que pelo menos os caçadores saibam responder às referidas questões.
Na escola onde eu aprendi, há cada vez menos alunos, há outros locais onde há eventuais e potenciais alunos mas não há escola.
Sou defensor de uma “Escola de caça”.

A caça, é muito mais que um divertimento ou passatempo.
A caça nunca deverá ser para o caçador uma distracção, mas sim o exercício da arte da caça.

Ao caçarmos, devemos de o fazer, com amor, paixão, esforço, respeito e dentro da legalidade, só assim estaremos a defender, preservar, e promover a caça.

Antes de escrever mais qualquer coisinha será bom dizer, que sou sempre caçador e estou sempre a caçar.

Para mim, como para muitos, ser caçador é uma maneira de estar, é um estado de espírito.
Há quem diga que é uma doença e que no meu caso se agrava de dia para dia, mas não me parece, pois sinto-me cada vez melhor, que eu saiba a generalidade dos doentes não se sentem bem.

O verdadeiro caçador, é quem caça de uma forma digna e sustentável, com respeito e admiração pelas espécies, persegue-as para as abater, mas também as protege e cuida, para que se conservem e se reproduzam.
Fazer tudo isto é ser um autêntico “senhor” no campo, e um verdadeiro conservacionista.

Para mim, caçar não é matar.
“Não caço para matar, mato porque caço”. 
Não tenho dúvidas nenhumas, que a caça é cultura e tradição, e que é devido à caça e aos nossos antepassados caçadores, que somos aquilo que somos.
Quando caço procuro a qualidade e não a quantidade;
Cada vez mais, dou mais valor aos lances;
Cada vez mais importo-me menos em não matar nada;
Cada vez mais, retiro mais prazer do acto de caçar;
Cada vez mais, sou mais selectivo;
Cada vez mais, estou mais apaixonado pela caça;
Porque temos a “paixão” pela caça?
Cada vez mais, concordo que caçamos por instinto.
Nós caçadores, temos o instinto caça, como o tem o gato, por exemplo, que mesmo sabendo que tem a ração diária de comida à sua espera, não desdenha a oportunidade para apanhar o rato ou a borboleta, muitos até desistem das mordomias e preferem viver da caça.
Depois do instinto, o que pretendemos?
A carne?
Nos dias de hoje, está mais que visto, que não se caça para comer, mas sabe-me muito melhor a caça que abato, do que a abatida pelos outros.
Entre outras, uma das boas maneiras de demonstrar o nosso respeito para com a peça de caça, será comê-la. Simultaneamente, ao recordarmos o lance, estamos a “admirar a peça”. Talvez seja das melhores justificações para a sua morte.
Pois é, além de gostar de caçar também gosto de degustar a caça.
Será pelo troféu? Não me parece, a paixão existe em muito boa gente, que não tem como objectivo o troféu.
Será pelo lance?
Parece-me que sim, logicamente que o lance será tudo o que se fez anteriormente, para conseguir abater a “peça”. Assim sendo, como outros, eu serei um caçador de lances.

Enquanto caçador, gosto de me sentir como um predador ou super predador.
Não consigo renunciar esse papel. Faz parte de mim.
A natureza sente necessidade do caçador e nós dela. Os caçadores fazem parte da natureza.

As espécies cinegéticas têm que ser caçadas, só abatemos os mais fracos, e ao faze-lo, estamos a contribuir para que se defendam melhor, para que apurem, e desenvolvam o instinto de sobrevivência, e assim continuem a dar luta ao caçador e aos restantes predadores.
As espécies cinegéticas precisam de ser caçadas."

Texto e foto da autoria de António Afonso Inácio

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