28 de julho de 2012

Em jeito de reflexão

Aquilo que vou postar não é para os detractores da tauromaquia, e sim para nós outros, os aficcionados ou aqueles que sem o serem estejam todavia na fronteira da tolerância e do respeito! 
É uma reflexão que só pode interessar a quem reflicta, a quem pense, não a energúmenos eivados de todas as raivas contra o que não entendem e contra quem não pensa como eles. Essa gente que não se assume como gente, antes como animais humanos, como os mesmos animais só sabe urrar, reagindo por mero instinto, irreflectidamente como os animais e não em consequência daquilo que é apanágio da espécie humana, que são as funções de selecção e síntese ou seja, a inteligência! Essa sim, em vez de sons e actos instintivos, irreflectidos, produz idéias e actos inteligentes.
Eu não lhes ligo… também não lhes perdôo lá porque não sabem o que dizem, mas ignoro-os como aos cães que ladram de dentro dos quintais. A única coisa que podem fazer é isso mesmo, ladrar! E, fazem-no para nos perturbar, tentando aliviar assim a sua frustração de não mais conseguirem que de facto aborrecerem-nos! Não acabarão com a tauromaquia, nem nos farão mudar de idéias… e eles sabem-no! Daí a sua irritação, e tanto maior quanto menos conseguirem, ou seja, é um excelente indicador, a actividade e a raiva que manifestam contra nós! Porque resulta da impotência.
Ignorem-nos… eles hão-de concluir que até nisso falharam! 
Sempre houve gente como eles. Que só entendem aquilo que acham como a sua verdade. Que não conseguem nem querem perceber que há outras idéias, outras sensibilidades e maneiras de ver e de sentir, de pensar. Gente que nunca percebeu nem vai perceber que a diversidade das idéias é justamente a maior maravilha da Humanidade! Aquilo que faz do Mundo e da sociedade uma manta de retalhos fabulosa, de criação e diversidade, pelas diferenças que possibilitam haver lugares para todos e para tudo. Nós o sabemos, e por isso daremos exemplo de tolerância! Aceitando e respeitando que haja quem não aprecie, até não seja capaz de ver… 
Os “anti”, são gente de baixa moral, que só vê tudo pelo seu prisma e não entende nem aceita que outros existam, tendo por princípio que todos devem pensar, sentir e agir como eles, e só! Impõem-no e prevêem a destruição física de quem assim não seja, a proibição de tudo o que não seja deles e como eles… ao longo da história eles perpetraram os maiores crimes contra a humanidade, em nome desses seus ideais – tidos por únicos e derradeiros, superiores… 
Esta gente que anda por aí a apodar-nos e a insultar, estariam a assistir vociferantes e alegremente aos autos de fé no Rossio, alguns deles de bom grado sentados nas cadeiras dos inquisidores! Foram quem mandou tanta gente para os campos de concentração, fornos e câmaras de gás nazis, para os Gulag e internamentos soviéticos, quem levantou o muro de Berlim, construiu Guantánamo, tudo em nome dos seus elevados princípios superiores e dos seus ideais absolutos, mas apenas porque outros eram diferentes e pensavam diferente. Temiam-nos e tinham de os destruir.
É bom que nós aficcionados e os outros que não são mas respeitam, percebam isto, e quem é esta gente! Não me refiro a todos os não-aficcionados, pois repito que os há por simples questões culturais e de sensibilidade, como eu não gosto de lieder ou de pintura abstracta, dos filmes de Manoel de Oliveira… esses limitam-se a não gostar! O que de acordo com a minha maneira de ver é legítimo e enriquecedor, pois mau seria se todos gostássemos do mesmo e pensássemos como um só! Era o pensamento único…
Estes são a maioria, felizmente, ou o Mundo seria impossível de nele se viver… 
Os que mais se acirram, os “anti”, são os que se acham donos da verdade e pretendem impor o pensamento único (o deles!). Que usam de falaciosos argumentos, de meias-verdades hábilmente compostas, manipulam imagens, tudo no sentido de impressionar e chamar para a sua causa os que não gostam, os bem-intencionados. 
É preciso desmascarar e fazer entender aos que não gostam, que a finalidade dos anti-taurinos não é apenas acabar com a tauromaquia e sim impor a sua filosofia, formas de estar e de pensar! Quando um dia acordassem e já não houvesse touradas nem toiros de lide, caça, pesca, circo, criação de animais, consumo de carne na alimentação e vestuário ou outras, o Mundo seria o deles, e viver-se-ia e se pensaria como eles determinassem! Só se teria acesso ao que eles deixassem e entendessem de acordo com as suas idéias! As crianças educadas como eles mandassem… as artes, espectáculos, segundo os seus cânones e destruído tudo o resto como as estátuas de Buda, os livros e as pinturas queimadas pela inquisição ou os nazis, etc. 
Convém que se perceba! Que se desmascarem, e, que quem não aprecia touradas continue a não apreciar, pois isso será um excelente e saudável sinal de que as touradas continuam e que não se impôs o pensamento único!
Tudo afinal em nome do desconhecimento e da intolerância por ele gerada… porque os homens tendem a tomar os restantes por si mesmos. Como alguns são incapazes de perceber a tauromaquia, e nem sequer tentam fazê-lo para buscar o conhecimento e entendimento, limitam-se a avaliar segundo o seu limitado pensar, e a concluir erradamente pelas impressões distorcidas que colhem.
Quem de uma lide apenas veja e a reduza a cravar ferros num animal, que interpreta apressada e pouco avisadamente como sendo o que atrai a multidão, está ao mesmo nível de embrutecimento daquele que perante o quadro Guernica, de Picasso, apenas veja e o reduza a um monte de borrões e figuras distorcidas, incapaz de perceber por insensibilidade aquilo que traduz, ou de um modo mais simples, assistindo a um jogo de futebol, o reduza a um grupo de homens em calções a correr de um lado para o outro empurrando uma bola, caindo e levantando-se… 
Porém, se retirada a capa da incompreensão e do preconceito, analisarem toda a cultura e o culto que compõem a tauromaquia, indo mesmo às suas raízes que a determinaram mediterrânica e ibérica, não chinesa nem islandesa, mesmo não passando a gostar – o que repito é uma questão de sensibilidade pessoal – pelo menos cumprem o preceito humanista da busca do saber, pois só o conhecimento conduz à compreensão e esta à tolerância que permite aos homens viverem em sociedade e em paz… do contrário resultam as agressões e a guerra, afinal maioritáriamente causadas por essa incompreensão e intolerância, canalizadas pelo sentimento da agressão de que os nossos detractores (e não os aficcionados) dão tantas provas! 
Lembrem-se de que enquanto eu aficcionado apenas defendo o direito às minhas idéias, os anti-taurinos pretendem impor-nos as deles!
Aos que se julgam “anti”, aos indecisos, aos tolerantes e aficcionados, como forma de esclarecimento, aconselho a leitura de um pequeno mas esclarecedor livro do grande filósofo contemporâneo, espanhol, José Ortega y Gasset, “Da caça e dos touros”, quem reflectiu como homem e filósofo, numa questão profunda e tão característica da nossa cultura. Acreditem que será útil, e todos ganharemos com isso e com a pacificação, sobretudo os animais, afinal em nome de quem se erguem as espadas contra nós! 

Texto e foto da autoria de António Luiz Pacheco

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